sexta-feira, 8 de julho de 2016

RESUMO DA DISCIPLINA METODOLOGIA DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS

CURSO DE LETRAS – LICENCIATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURAS
RESUMO DA DISCIPLINA METODOLOGIA DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS

Alguns conceitos importantes
Linguagem: qualquer meio sistemático de comunicar ideias ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos e gestuais.
Língua: órgão muscular recoberto de mucosa, situado na boca e na faringe, responsável pelo paladar e auxiliar na mastigação e na deglutição, e também na produção de sons.
Comunicação: é a ciência que cuida das interações entre as pessoas e os animais por meio do compartilhamento de informações. A palavra é uma derivação do latim communicare, cujo significado é participar de algo, partilhar, tornar comum. É por meio da comunicação que é possível haver a compreensão dos humanos entre si e os demais seres, sendo o ato de comunicar essencial para que exista vida em sociedade. Como o ser humano é um ser social, a comunicação é essencial para a vida humana.
Oralidade: qualidade, estado ou condição do que é oral; exposição oral; parte oral de um discurso; caráter ou condição de línguas ou povos ágrafos; parte oral ou uso falado de uma língua.
Leitura: ação ou efeito de ler; ato de apreender o conteúdo de um texto escrito.
Escrita: representação da linguagem falada por meio de signos gráficos; conjunto de signos num sistema de escrita.
Fonética: estuda o som da fala, preocupa-se com os mecanismos de produção e audição.
Fonologia: preocupa-se com os sons da língua, mas do ponto de vista de sua função.
Morfologia: estuda as regras de combinação entre os morfemas formando unidades maiores.
Sintaxe: contém as regras de combinação das palavras para a formação de sentenças na língua.
Semântica: preocupa-se em determinar o significado intrínseco de palavras e sentenças e estuda a relação entre as formas linguísticas e as coisas no mundo.
Pragmática: volta-se com o que se faz com a linguagem, em que circunstâncias e com que finalidade.
Linguística: ciência que tem por objeto a linguagem humana em seus aspectos fonético, morfológico, sintático, semântico, social e psicológico; as línguas consideradas como estrutura; origem, desenvolvimento e evolução das línguas; as divisões das línguas em grupos, por tipo de estrutura ou em famílias, segundo critérios tipológicos ou genéticos.
Linguística textual: tem como objeto de estudo o texto e seus elementos de análise como: coesão, coerência, intertextualidade, entre outros.
Análise do discurso: ultrapassa os limites da frase e busca compreender o que está envolvido na estruturação do texto, oral ou escrito, e o que faz pessoas diferentes produzirem textos diferentes.
Neurolinguística: é uma área híbrida, que mescla dois campos de conhecimento, a neurociência e a linguística, buscando as relações entre linguagem e cérebro.
Psicolinguística: é o campo da linguística que se preocupa com as questões relacionadas aos processamentos e à aprendizagem de línguas.
Sociolinguística: trata a língua em suas variedades, descrevendo os fatos linguísticos, sem avaliação do que é certo ou errado.
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Abordagens Teóricas na Aquisição da Linguagem
O inato versus o adquirido, entende que a linguagem é uma dotação genética do ser humano.
O biológico versus o social, é um processo que se adquire através do contato com o ambiente.
As quatro principais abordagens teóricas da linguagem: o behaviorismo, o inatismo, o construtivismo e o interacionismo - são essenciais para a compreensão das relações com o sujeito e o meio.
Piaget e Vygotsky são representantes das teorias mais estudadas para a aquisição da linguagem na relação ensino-aprendizagem. Nesse sentido, é interessante aprender sobre o desenvolvimento da criança na perspectiva de Jean Piaget.

BEHAVIORISMO
Skinner. A aquisição da linguagem se dá por estímulo / resposta. O estímulo é recebido do ambiente pela criança vai, por meio do castigo ou premiação, produz a formação do hábito.

INATISMO
Chomsky. A linguagem é inata e superior a qualquer outra habilidade humana. O ambiente só serve para oferecer à criança o input linguístico.

COGNITIVISMO CONSTRUTIVISTA
Piaget. O ser humano possui a capacidade genética de adquirir conhecimentos. A linguagem é apenas mais dos diversos conhecimentos que ele desenvolve.

SOCIOINTERACIONISTA
Vygotsky. Defende que o desenvolvimento da linguagem, como das demais capacidades, dá-se através da interação da criança com os adultos.
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            Práticas de ensino de Língua Portuguesa língua e linguagem

            Há muitas teorias a respeito da aquisição da língua, que a concepção de língua que o professor tem ou acredita é que determina como será sua aula de língua portuguesa.
Pensar em linguagem na escola é pensar também, nas concepções de sujeito e linguagem que surgem nos diferentes contextos de aprendizagem.
            Como Cagliari (1998) salienta nos seus estudos, que há muitos métodos diferentes, porém em nenhum caso se dispensa o professor, que deve ter uma formação bem-feita, que lhe dê o instrumental teórico e prático para conduzir o processo de alfabetização e as experiências de leitura e escrita.
            Como em todas as atividades da vida, a competência técnica faz a diferença. Quanto mais o professor souber sobre a linguagem oral e escrita, melhores chances ele terá de ensinar e de orientar seus alunos para que superem suas dificuldades e atinjam os objetivos propostos.
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A concepção de sujeito da linguagem varia de acordo com a concepção de língua que se adote

Língua como expressão do pensamento
·         Sujeito psicológico, individual, dono de sua vontade e de suas ações.
·         Um sujeito que constrói uma representação mental e deseja que esta seja captada pelo interlocutor da maneira como foi mentalizada.
Texto e sentido:
            Sujeito como senhor absoluto de suas ações e de seu dizer, o texto é visto como um produto – lógico – do pensamento (representação mental) do autor, nada mais cabendo ao leitor/ouvinte, senão captar essa representação mental, juntamente com as intenções (psicológicas) do produtor, exercendo um papel essencial passivo.
a. Leitura: ler é encontrar no texto o pensamento do autor.
b. Escrita e Oralidade: seguir um conjunto sistemático de normas para bem falar e escrever.
c. Gramática Normativa.
d. Encaminhamento: prescritivo (certo X errado).

Língua como estrutura – como instrumento de comunicação
·         Assujeitamento – o indivíduo não é dono de seu discurso e de sua vontade: sua consciência, quando existe, é produzida de fora e ele pode não saber o que faz o que diz.
·         Quem fala é um sujeito anônimo social, em relação ao qual o indivíduo que, em dado momento, ocupa papel do locutor, que é dependente e repetidor.
Texto e sentido:
Texto é visto como simples produto de codificação de um emissor a ser decodificado pelo leitor/ouvinte, bastante a este o conhecimento do código, já que o texto, uma vez codificado, é totalmente explícito.
a. Leitura: há o abando do autor e das circunstâncias para olhar a estrutura do texto que fala por si.
b. Escrita e Oralidade: seguir um conjunto sistemático de normas para bem falar e escrever.

Língua como lugar de interação social
            Noção do sujeito como entidade psicossocial, sublinhando-se o caráter ativo dos sujeitos na produção mesma do social e da interação e defendendo a posição de que os sujeitos (re)produzem o social na medida em que participam ativamente da definição da situação na qual se acham engajados, e que são atores na atuação das imagens e das representações sem as quais a comunicação não poderia existir.
            Sujeitos como atores/construtores sociais, o texto passa a ser considerado o próprio lugar de interação e os interlocutores, como sujeitos ativos que – dialogicamente – nele se constroem e são construídos.
a. Atividade interativa.
b. Construído na interação texto – sujeitos.
c. Prática de leitura.
d. Prática de produção oral e escrita.
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Língua Portuguesa e suas Variantes Linguísticas        
A diversidade linguística brasileira é muito significativa quando se trata de ensinar a língua portuguesa nas escolas.
            Como professor de língua portuguesa é imprescindível compreender as questões relacionadas à linguagem humana e sua relação com a sociedade, porque os seres humanos usam a língua para se comunicar, viver em sociedade e dialogar.
           
Língua, Fala, Texto e Contexto: uma Relação Dialógica
A língua e a fala são modalidades diferentes da língua e cada qual possui uma gramática diferente.
Neves (2000), enfoca que a escola tem obrigação de manter o cuidado com a adequação social do produto linguístico de seus alunos, garantindo que seus alunos entendam que precisam adequar os registros, os textos, a fala, a escrita nas condições de usos sociais, ou seja, garantir que os alunos tenham condições de moverem-se nos diferentes padrões de tensão e frouxidão, em conformidade com as situações de produção.

Habilidades da Língua para a Comunicação

            As habilidades da língua portuguesa são essenciais para trabalho articulado com o ensino da língua nas escolas. A língua utiliza-se de quatro habilidades para realizar uma comunicação efetiva: ouvir, falar, ler e escrever. É importante que o professor compreende essas quatro aptidões antes de ensinar esses conhecimentos aos alunos.  
Segundo os PCNs, as habilidades linguísticas básicas – falar, escutar, ler e escrever – estão organizados em dois eixos: Língua Oral e Língua Escrita, com os usos e formas de cada uma.
O trabalho com os eixos pode ser realizado simultaneamente, ou em atividades que objetivem somente um de cada vez, entretanto, deve ficar claro que todos têm a mesma importância, daí decorre a necessidades de se trabalhar com os gêneros textuais, abandonando a prática linguística apenas na dimensão gramatical, mas efetivando-a junto às produções textuais para que o aluno tenha autonomia de utilizar a língua em diferentes situações de interlocução oral e escrita.
            É interessante conhecer muito bem os PCNs, pois este documento é o norteador das práticas de ensino nas escolas brasileiras, ele apresenta a importância do professor como mediador do processo de aquisição da língua portuguesa, além disso, apresenta as especificidades das situações de produção e comunicação, como os gêneros discursivos se organizam, entre outros encaminhamentos importantes.                   

As etapas da leitura
Decodificação: Identificação e interpretação dos sinais linguísticos por um receptor, sendo que na teoria da informação seria um processo em que o indivíduo que recebe uma mensagem traduz os sinais, em dados significativos e claros.
Compreensão: faculdade de entender, de perceber o significado de algo; entendimento.
Interpretação: é uma ação que consiste em estabelecer, simultânea ou consecutivamente, comunicação verbal ou não verbal entre duas entidades. É um termo ambíguo, tanto podendo se referir ao processo quanto ao seu resultado - isto é, tanto ao conjunto de processos mentais que ocorrem num leitor quando interpreta um texto, quanto aos comentários que este poderá tecer depois de ter lido o texto. Pode, portanto, consistir na descoberta do sentido e significado de algo - geralmente, fruto da ação humana.
Retenção: Ato de reter. Conservação de alguma coisa em seu poder.
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Modelos para Processamento de Leitura
Modelo ascendente: das pequenas partes para o todo, letras, palavras, sentença, texto, pouco uso de deduções e inferências, lentidão e pouca fluência.
Modelo descendente: da compreensão de mundo (conhecimentos linguísticos e extralinguísticos) para a compreensão de texto.
Modelo Interativo: Leitor maduro, mescla os dois processos alternadamente, estratégia cognitiva. O modelo interativo vai além do conhecimento linguístico do leitor.
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            A escola é responsável por ensinar a língua-padrão por meio das habilidades básicas do falar, escutar, ler e escrever, buscando desenvolver um cidadão crítico e transformador que compreende a língua como manifestação cultural histórica e social de um povo.
            Os conhecimentos teóricos dos professores, devem basear-se nas relações entre textos e recursos linguísticos, inseridos na concepção sociointeracionista da linguagem. Sua prática deve revelar sua concepção na efetivação de um planejamento dinâmico, eficiente e atualizado.
            A prática pedagógica do ensino de Língua Portuguesa, a partir da concepção sociointeracionista da linguagem, resulta em oportunizar na sala de aula um rol de atividades de leitura e de produção de textos orais e escritos, realizando constantemente uma reflexão sobre os recursos da língua, ou seja, é o planejamento provocando o diálogo do todo com as partes da língua e das partes com o todo (produção do aluno).
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A LEITURA DE TODOS OS MATERIAIS É ESSENCIAL!
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Referências


GOMES, M. L. de C. Metodologia do ensino de língua portuguesa. Curitiba: InterSaberes, 2012.

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