CURSO DE LETRAS – LICENCIATURA EM LÍNGUA
PORTUGUESA E LITERATURAS
RESUMO DA DISCIPLINA METODOLOGIA DO
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS
Alguns conceitos importantes
Linguagem: qualquer meio sistemático de comunicar
ideias ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos e
gestuais.
Língua: órgão muscular recoberto de mucosa, situado na boca e na
faringe, responsável pelo paladar e auxiliar na mastigação e na deglutição, e
também na produção de sons.
Comunicação: é a ciência que cuida das interações
entre as pessoas e os animais por meio do compartilhamento de informações. A
palavra é uma derivação do latim communicare,
cujo significado é participar de algo, partilhar, tornar comum. É por meio da
comunicação que é possível haver a compreensão dos humanos entre si e os demais
seres, sendo o ato de comunicar essencial para que exista vida em sociedade.
Como o ser humano é um ser social, a comunicação é essencial para a vida
humana.
Oralidade: qualidade, estado ou condição do que é
oral; exposição oral; parte oral de um discurso; caráter ou condição de línguas
ou povos ágrafos; parte oral ou uso falado de uma língua.
Leitura: ação ou efeito de ler; ato de
apreender o conteúdo de um texto escrito.
Escrita: representação da linguagem falada por
meio de signos gráficos; conjunto de signos num sistema de escrita.
Fonética: estuda o som da fala, preocupa-se com
os mecanismos de produção e audição.
Fonologia: preocupa-se com os sons da língua, mas
do ponto de vista de sua função.
Morfologia: estuda as regras de combinação entre
os morfemas formando unidades maiores.
Sintaxe: contém as regras de combinação das
palavras para a formação de sentenças na língua.
Semântica: preocupa-se em determinar o
significado intrínseco de palavras e sentenças e estuda a relação entre as
formas linguísticas e as coisas no mundo.
Pragmática: volta-se com o que se faz com a
linguagem, em que circunstâncias e com que finalidade.
Linguística: ciência que tem por objeto a linguagem
humana em seus aspectos fonético, morfológico, sintático, semântico, social e
psicológico; as línguas consideradas como estrutura; origem, desenvolvimento e
evolução das línguas; as divisões das línguas em grupos, por tipo de estrutura
ou em famílias, segundo critérios tipológicos ou genéticos.
Linguística textual: tem como objeto de estudo o texto e
seus elementos de análise como: coesão, coerência, intertextualidade, entre
outros.
Análise do discurso: ultrapassa os limites da frase e busca
compreender o que está envolvido na estruturação do texto, oral ou escrito, e o
que faz pessoas diferentes produzirem textos diferentes.
Neurolinguística: é uma área híbrida, que mescla dois
campos de conhecimento, a neurociência e a linguística, buscando as relações
entre linguagem e cérebro.
Psicolinguística: é o campo da linguística que se
preocupa com as questões relacionadas aos processamentos e à aprendizagem de
línguas.
Sociolinguística: trata a língua em suas variedades,
descrevendo os fatos linguísticos, sem avaliação do que é certo ou errado.
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Abordagens Teóricas na Aquisição da
Linguagem
O inato versus o adquirido, entende que a linguagem é uma dotação
genética do ser humano.
O biológico versus o social, é um processo que se adquire através do
contato com o ambiente.
As
quatro principais abordagens teóricas da linguagem: o behaviorismo, o inatismo,
o construtivismo e o interacionismo - são essenciais para a compreensão das
relações com o sujeito e o meio.
Piaget
e Vygotsky são representantes das teorias mais estudadas para a aquisição da
linguagem na relação ensino-aprendizagem. Nesse sentido, é interessante
aprender sobre o desenvolvimento da criança na perspectiva de Jean Piaget.
BEHAVIORISMO
Skinner.
A aquisição da linguagem se dá por estímulo / resposta. O estímulo é recebido
do ambiente pela criança vai, por meio do castigo ou premiação, produz a
formação do hábito.
INATISMO
Chomsky.
A linguagem é inata e superior a qualquer outra habilidade humana. O ambiente
só serve para oferecer à criança o input linguístico.
COGNITIVISMO CONSTRUTIVISTA
Piaget.
O ser humano possui a capacidade genética de adquirir conhecimentos. A
linguagem é apenas mais dos diversos conhecimentos que ele desenvolve.
SOCIOINTERACIONISTA
Vygotsky.
Defende que o desenvolvimento da linguagem, como das demais capacidades, dá-se
através da interação da criança com os adultos.
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Práticas
de ensino de Língua Portuguesa língua e linguagem
Há muitas teorias a respeito da
aquisição da língua, que a concepção de língua que o professor tem ou acredita
é que determina como será sua aula de língua portuguesa.
Pensar
em linguagem na escola é pensar também, nas concepções de sujeito e linguagem
que surgem nos diferentes contextos de aprendizagem.
Como Cagliari (1998) salienta nos
seus estudos, que há muitos métodos diferentes, porém em nenhum caso se
dispensa o professor, que deve ter uma formação bem-feita, que lhe dê o instrumental
teórico e prático para conduzir o processo de alfabetização e as experiências
de leitura e escrita.
Como
em todas as atividades da vida, a competência técnica faz a diferença. Quanto
mais o professor souber sobre a linguagem oral e escrita, melhores chances ele
terá de ensinar e de orientar seus alunos para que superem suas dificuldades e
atinjam os objetivos propostos.
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A concepção de sujeito da linguagem varia de acordo com a concepção de
língua que se adote
Língua como expressão do pensamento
·
Sujeito
psicológico, individual, dono de sua vontade e de suas ações.
·
Um
sujeito que constrói uma representação mental e deseja que esta seja captada
pelo interlocutor da maneira como foi mentalizada.
Texto e
sentido:
Sujeito como senhor absoluto de suas
ações e de seu dizer, o texto é visto como um produto – lógico – do pensamento
(representação mental) do autor, nada mais cabendo ao leitor/ouvinte, senão
captar essa representação mental, juntamente com as intenções (psicológicas) do
produtor, exercendo um papel essencial passivo.
a.
Leitura: ler é encontrar no texto o pensamento do autor.
b.
Escrita e Oralidade: seguir um conjunto sistemático de normas para bem falar e
escrever.
c. Gramática
Normativa.
d.
Encaminhamento: prescritivo (certo X errado).
Língua como estrutura – como instrumento
de comunicação
·
Assujeitamento
– o indivíduo não é dono de seu discurso e de sua vontade: sua consciência,
quando existe, é produzida de fora e ele pode não saber o que faz o que diz.
·
Quem
fala é um sujeito anônimo social, em relação ao qual o indivíduo que, em dado
momento, ocupa papel do locutor, que é dependente e repetidor.
Texto e
sentido:
Texto
é visto como simples produto de codificação de um emissor a ser decodificado
pelo leitor/ouvinte, bastante a este o conhecimento do código, já que o texto,
uma vez codificado, é totalmente explícito.
a.
Leitura: há o abando do autor e das circunstâncias para olhar a estrutura do
texto que fala por si.
b. Escrita
e Oralidade: seguir um conjunto sistemático de normas para bem falar e
escrever.
Língua como lugar de interação social
Noção do sujeito como entidade
psicossocial, sublinhando-se o caráter ativo dos sujeitos na produção mesma do
social e da interação e defendendo a posição de que os sujeitos (re)produzem o
social na medida em que participam ativamente da definição da situação na qual
se acham engajados, e que são atores na atuação das imagens e das
representações sem as quais a comunicação não poderia existir.
Sujeitos como atores/construtores
sociais, o texto passa a ser considerado o próprio lugar de interação e os
interlocutores, como sujeitos ativos que – dialogicamente – nele se constroem e
são construídos.
a.
Atividade interativa.
b.
Construído na interação texto – sujeitos.
c.
Prática de leitura.
d.
Prática de produção oral e escrita.
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Língua Portuguesa e suas Variantes
Linguísticas
A
diversidade linguística brasileira é muito significativa quando se trata de
ensinar a língua portuguesa nas escolas.
Como professor de língua portuguesa
é imprescindível compreender as questões relacionadas à linguagem humana e sua
relação com a sociedade, porque os seres humanos usam a língua para se
comunicar, viver em sociedade e dialogar.
Língua, Fala, Texto e Contexto: uma
Relação Dialógica
A
língua e a fala são modalidades diferentes da língua e cada qual possui uma
gramática diferente.
Neves
(2000), enfoca que a escola tem obrigação de manter o cuidado com a adequação
social do produto linguístico de seus alunos, garantindo que seus alunos
entendam que precisam adequar os registros, os textos, a fala, a escrita nas
condições de usos sociais, ou seja, garantir que os alunos tenham condições de
moverem-se nos diferentes padrões de tensão e frouxidão, em conformidade com as
situações de produção.
Habilidades da Língua para a Comunicação
As habilidades da língua portuguesa
são essenciais para trabalho articulado com o ensino da língua nas escolas. A
língua utiliza-se de quatro habilidades para realizar uma comunicação efetiva:
ouvir, falar, ler e escrever. É importante que o professor compreende essas
quatro aptidões antes de ensinar esses conhecimentos aos alunos.
Segundo
os PCNs, as habilidades linguísticas básicas – falar, escutar, ler e escrever –
estão organizados em dois eixos: Língua Oral e Língua Escrita, com os usos e
formas de cada uma.
O
trabalho com os eixos pode ser realizado simultaneamente, ou em atividades que
objetivem somente um de cada vez, entretanto, deve ficar claro que todos têm a
mesma importância, daí decorre a necessidades de se trabalhar com os gêneros
textuais, abandonando a prática linguística apenas na dimensão gramatical, mas
efetivando-a junto às produções textuais para que o aluno tenha autonomia de
utilizar a língua em diferentes situações de interlocução oral e escrita.
É interessante conhecer muito bem os
PCNs, pois este documento é o norteador das práticas de ensino nas escolas
brasileiras, ele apresenta a importância do professor como mediador do processo
de aquisição da língua portuguesa, além disso, apresenta as especificidades das
situações de produção e comunicação, como os gêneros discursivos se organizam,
entre outros encaminhamentos importantes.
As etapas da leitura
Decodificação: Identificação e interpretação dos sinais
linguísticos por um receptor, sendo que na teoria da informação seria um
processo em que o indivíduo que recebe uma mensagem traduz os sinais, em dados
significativos e claros.
Compreensão: faculdade de entender, de perceber o
significado de algo; entendimento.
Interpretação: é uma ação que consiste em estabelecer,
simultânea ou consecutivamente, comunicação verbal ou não verbal entre duas
entidades. É um termo ambíguo, tanto podendo se referir ao processo quanto ao
seu resultado - isto é, tanto ao conjunto de processos mentais que ocorrem num
leitor quando interpreta um texto, quanto aos comentários que este poderá tecer
depois de ter lido o texto. Pode, portanto, consistir na descoberta do sentido
e significado de algo - geralmente, fruto da ação humana.
Retenção: Ato de reter. Conservação de alguma
coisa em seu poder.
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Modelos para Processamento de Leitura
Modelo ascendente: das pequenas partes para o todo, letras,
palavras, sentença, texto, pouco uso de deduções e inferências, lentidão e
pouca fluência.
Modelo descendente: da compreensão de mundo (conhecimentos
linguísticos e extralinguísticos) para a compreensão de texto.
Modelo Interativo: Leitor maduro, mescla os dois
processos alternadamente, estratégia cognitiva. O modelo interativo vai além do
conhecimento linguístico do leitor.
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A escola é responsável por ensinar a
língua-padrão por meio das habilidades básicas do falar, escutar, ler e
escrever, buscando desenvolver um cidadão crítico e transformador que
compreende a língua como manifestação cultural histórica e social de um povo.
Os conhecimentos teóricos dos
professores, devem basear-se nas relações entre textos e recursos linguísticos,
inseridos na concepção sociointeracionista da linguagem. Sua prática deve
revelar sua concepção na efetivação de um planejamento dinâmico, eficiente e
atualizado.
A prática pedagógica do ensino de
Língua Portuguesa, a partir da concepção sociointeracionista da linguagem,
resulta em oportunizar na sala de aula um rol de atividades de leitura e de
produção de textos orais e escritos, realizando constantemente uma reflexão
sobre os recursos da língua, ou seja, é o planejamento provocando o diálogo do
todo com as partes da língua e das partes com o todo (produção do aluno).
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A LEITURA DE TODOS OS MATERIAIS É
ESSENCIAL!
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Referências
GOMES,
M. L. de C. Metodologia do ensino de língua portuguesa. Curitiba: InterSaberes,
2012.
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