CURSO DE LETRAS – LICENCIATURA EM LÍNGUA
PORTUGUESA E LITERATURAS
RESUMO DA DISCIPLINA ESCRITA EM LÍNGUA POTUGUESA
A
“época das luzes” para o estudo das linguagens foi o séc. XIX, em que o linguista
Ferdinand de Saussure iniciou a Linguística Contemporânea. Percebeu-se, então,
que temos uma língua que se relaciona com o mundo real, com os objetos e sons,
valorizando as condições de produção, isto é, valorizando a comunicação e não
necessariamente o uso da língua padrão.
A
partir dos estudos de Saussure, foi possível identificar os princípios comuns a
todas as línguas, os princípios linguísticos: Variação linguística; Dupla
articulação; Singularidade; Universalidade; Sistematicidade; Processo analógico;
Criatividade Linguística.
Variação linguística: remete ao fato de todas as línguas
variam no tempo e no espaço.
Dupla articulação: estabelece que todas as línguas têm
duas articulações. A primeira se refere às palavras, razão pela qual é uma lista
aberta, ou seja, sempre se pode acrescentar novas palavras. A segunda se refere
aos sons da língua e caracteriza uma lista fechada, porque não se pode criar
novos sons para a língua.
Singularidade: todas as línguas articulam as suas
estruturas de forma própria, singular.
Universalidade: Todas as línguas têm substantivo,
todas possuem o som /a/ etc.
Sistematicidade: todo falante, ao adquirir uma língua,
aprende toda a estrutura dessa língua.
Processo analógico: o falante tende a tornar regulares as
irregularidades da língua.
Criatividade Linguística: somente o homem é capaz de criar novas
estruturas para descrever situações atípicas.
Variação regional são as manifestações da língua
portuguesa diferentes entre os estados e regiões. A língua está sempre em
constante mutação, podendo variar entre as regiões do país e até mesmo entre
regiões de uma mesma cidade, em diferentes meios sociais.
Nossa
língua tem seis níveis. A culta ou padrão, a coloquial, a vulgar ou inculta, a
regional, a grupal técnica e a grupal de gírias.
Seis funções da linguagem
Referencial: Transmite uma informação objetiva
sobre a realidade. Dá prioridade aos dados concretos, fatos e circunstâncias. É
a linguagem característica das notícias de jornal, do discurso científico e de
qualquer exposição de conceitos. Coloca em evidência o referente, ou seja, o
assunto ao qual a mensagem se refere.
Apelativa ou conativa:
Seu objetivo é influenciar o receptor ou destinatário, com a intenção de
convencê-lo de algo ou dar-lhe ordens. Como o emissor se dirige ao receptor, é
comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo.
É a linguagem usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem
diretamente ao consumidor.
Metalinguística: Esta função refere-se à metalinguagem,
que ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio código. É a
poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro
texto. As gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem.
Emotiva ou expressiva: Reflete o estado de ânimo do emissor,
os seus sentimentos e emoções. Um dos indicadores da função emotiva num texto é
a presença de interjeições e de alguns sinais de pontuação, como as reticências
e o ponto de exclamação.
Fática: Tem por finalidade estabelecer,
prolongar ou interromper a comunicação. É aplicada em situações em que o mais
importante não é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o
emissor e o receptor. Fática quer dizer "relativa ao fato", ao que
está ocorrendo. Aparece geralmente nas fórmulas de cumprimento: Como vai, tudo certo?
ou em expressões que confirmam que alguém está ouvindo ou está sendo ouvido:
sim, claro, sem dúvida, entende? não é mesmo? É a linguagem das falas
telefônicas, saudações e similares.
Poética: É aquela que põe em evidência a forma
da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em como dizer do que com o que
dizer. O escritor, por exemplo, procura fugir das formas habituais e expressão,
buscando deixar mais bonito o seu texto, surpreender, fugir da lógica ou
provocar um efeito humorístico. Embora seja própria da obra literária, a função
poética não é exclusiva da poesia nem da literatura em geral, pois se encontra
com frequência nas expressões cotidianas de valor metafórico e na publicidade.
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Texto
é a organização de um pensamento em torno de uma ideia central, o que o torna responsável
pela organização da linguagem como um todo, com o fim de estabelecer sentido.
Textualidade são as características que
permitem que um texto seja texto e não apenas um monte de frases soltas sem
sentido ou conexão.
Condições para a textualidade.
Intencionalidade: qualquer enunciado surge por um
motivo, uma necessidade de comunicação ou uma intenção.
Aceitabilidade: comunicação escrita que
visualiza a passagem e melhor acesso de informações.
Situcionalidade: tem função de adequar um texto a
uma situação, ao contexto.
Informatividade: informações novas.
Intertextualidade: um texto sempre haverá ligações
com outros textos.
Coesão: é a relação entre as partes do
texto que devem ser interligadas por meio dos recursos linguísticos adequados,
no caso os elementos coesivos como as preposições, as conjunções, os pronomes e
os advérbios. Também pode-se dizer que são os mecanismos linguísticos que
permitem uma sequência lógico-semântica entre as partes de um texto, sejam elas
palavras, frases e parágrafos.
Coerência: é a relação entre os
pensamentos, ideias e conteúdos encadeados em um texto, ou seja, refere-se a
significação do texto, e não mais dos elementos estruturais que o compõem. Um
texto pode estar perfeitamente coeso, porém incoerente.
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Frase: é um enunciado com sentido completo,
isto é, uma palavra pode ser uma frase se ela tiver um sentido completo.
Oração: é uma frase que geralmente apresenta
um ou mais verbos.
Parágrafo: é composto por mais de uma oração,
formando uma cadeia de ideias.
Paráfrase: é uma atividade de reformulação das
partes ou da totalidade de um texto. É um mecanismo sintático que cria
alternativas de expressão para um mesmo conteúdo.
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Língua Falada e Língua Escrita
Não devemos confundir língua com
escrita, pois são dois meios de comunicação distintos. A escrita representa um
estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea, abrange a
comunicação linguística em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo
tom de voz, algumas vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua
escrita não é apenas a representação da língua falada, mas sim um sistema mais
disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as mímicas
e o tom de voz do falante.
No Brasil, por exemplo, todos falam
a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da língua devido a diversos
fatores. Dentre eles, destacam-se:
Fatores regionais: é possível notar a diferença do
português falado por um habitante da região nordeste e outro da região sudeste
do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há variações no uso da língua. No
estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua
utilizada por um cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um cidadão
do interior do estado.
Fatores culturais: o grau de escolarização e a
formação cultural de um indivíduo também são fatores que colaboram para os
diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma
maneira diferente da pessoa que não teve acesso à escola.
Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de
acordo com a situação em que nos encontramos: quando conversamos com nossos
amigos, não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos discursando em uma
solenidade de formatura.
Fatores profissionais: o exercício de
algumas atividades requer o domínio de certas formas de língua chamadas línguas
técnicas. Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso praticamente
restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área
de direito e da informática, biólogos, médicos, linguistas e outros
especialistas.
Fatores naturais: o uso da língua pelos falantes
sofre influência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança não
utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem
infantil e linguagem adulta.
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Concordância é a correspondência de flexão entre
dois termos, podendo ser verbal ou nominal.
Concordância verbal: diz respeito ao verbo em relação ao
sujeito, o primeiro deve concordar em número (singular ou plural) e pessoa (1ª,
2ª, 3ª) com o segundo, ou seja, ocorre quando o verbo se flexiona para
concordar com seu sujeito.
Concordância nominal: diz respeito ao substantivo e seus
termos referentes: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Essa concordância é
feita em gênero (masculino ou feminino) e pessoa, ou seja, se baseia na relação
entre um substantivo (ou pronome, ou numeral substantivo) e as palavras que a
ele se ligam para caracterizá-lo (artigos, adjetivos, pronomes adjetivos,
numerais adjetivos e particípios). Basicamente, ocupa-se da relação entre
nomes.
Flexão dos Adjetivos
O
adjetivo varia em gênero, número e grau.
Gênero dos Adjetivos
Os
adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino).
De forma semelhante aos substantivos, classificam-se em:
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o
masculino e outra para o feminino. Por exemplo:
ativo
e ativa, mau e má, judeu e judia.
Se
o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último
elemento. Por exemplo:
o
moço norte-americano, a moça norte-americana.
Exceção:
surdo-mudo e surda-muda.
Uniformes - têm uma só forma tanto para o
masculino como para o feminino. Por exemplo:
homem
feliz e mulher feliz.
Se
o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino. Por exemplo:
conflito
político-social e desavença político-social.
Número
dos Adjetivos
Plural
dos adjetivos simples
Os
adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com as regras estabelecidas
para a flexão numérica dos substantivos simples.
Por
exemplo:
mau e
maus
feliz e
felizes
ruim e
ruins
boa e
boas
Caso
o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará
invariável, ou seja, se a palavra que estiver qualificando um elemento for,
originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a
palavra cinza é originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um
elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então invariável. Logo: camisas
cinza, ternos cinza.
Por
exemplo: camisas cinza, ternos cinza.
Veja
outros exemplos:
Motos
vinho (mas: motos verdes)
Paredes
musgo (mas: paredes brancas).
Comícios
monstro (mas: comícios grandiosos).
Adjetivo
Composto
Adjetivo
composto é aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, esses
elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento concorda com o
substantivo a que se refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado,
todo o adjetivo composto ficará invariável.
Por
exemplo: a palavra rosa é originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando
um elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen,
formará um adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o adjetivo
composto inteiro ficará invariável.
Por
exemplo:
Camisas
rosa-claro.
Ternos
rosa-claro.
Olhos
verde-claros.
Calças
azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados
marrom-café e paredes verde-claras.
Obs.:
-
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjetivo composto iniciado
por cor-de-... são sempre invariáveis.
- Os
adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm os dois elementos
flexionados.
Grau do Adjetivo
Os
adjetivos flexionam-se em grau para indicar a intensidade da qualidade do ser.
São dois os graus do adjetivo: o comparativo e o superlativo.
Comparativo: nesse grau, comparam-se a mesma
característica atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais características
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade, de superioridade
ou de inferioridade. Observe os exemplos abaixo:
1) Sou
tão alto como você. Comparativo De Igualdade
No
comparativo de igualdade, o segundo termo da comparação é introduzido pelas
palavras como, quanto ou quão.
2) Sou
mais alto (do) que você. Comparativo De Superioridade Analítico
No
comparativo de superioridade analítico, entre os dois substantivos comparados,
um tem qualidade superior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a
"mais...do que" ou "mais...que".
3) O Sol
é maior (do) que a Terra. Comparativo De Superioridade Sintético
Alguns
adjetivos possuem, para o comparativo de superioridade, formas sintéticas,
herdadas do latim. São eles:
bom-melhor pequeno-menor
mau-pior alto-superior
grande-maior baixo-inferior
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As
vírgulas e os porquês são elementos de estruturação do texto e de criação de
sentidos, então o uso inadequado impacta diretamente na compreensão.
Vírgula
A vírgula indica uma pausa
pequena, deixando a voz em suspenso à espera da continuação do período.
Geralmente é usada:
·
Nas datas, para separar o nome da
localidade.
Por Exemplo:
São Paulo, 25 de agosto de 2005.
·
Após os advérbios "sim"
ou "não", usados como resposta, no início da frase.
Por Exemplo:
Você gostou do vestido?
Sim, eu adorei!
Pretende usá-lo hoje?
Não, no final de semana.
·
Após a saudação em correspondência
(social e comercial).
Exemplos:
Com muito amor,
Respeitosamente,
·
Para separar termos de uma mesma
função sintática.
Por Exemplo:
A casa tem três quartos, dois
banheiros, três salas e um quintal.
Obs.: a conjunção "e" substitui
a vírgula entre o último e o penúltimo termo.
·
Para destacar elementos
intercalados, como:
a) uma conjunção, por exemplo:
Estudamos bastante, logo,
merecemos férias!
b) um adjunto adverbial, por
exemplo:
Estas crianças, com certeza, serão
aprovadas.
Obs.: a rigor, não é necessário
separar por vírgula o advérbio e a locução adverbial, principalmente quando de
pequeno corpo, a não ser que a ênfase o exija.
c) um vocativo, por exemplo:
Apressemo-nos, Lucas, pois não
quero chegar atrasado.
d) um aposto, por exemplo:
Juliana, a aluna destaque, passou
no vestibular.
e) Uma expressão explicativa (isto
é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc.), por exemplo:
O amor, isto é, o mais forte e
sublime dos sentimentos humanos, tem seu princípio em Deus.
·
Para separar termos deslocados de
sua posição normal na frase.
Por Exemplo:
O documento de identidade, você
trouxe?
·
Para separar elementos paralelos
de um provérbio.
Por Exemplo:
Tal pai, tal filho.
·
Para destacar os pleonasmos
antecipados ao verbo.
Por Exemplo:
As flores, eu as recebi hoje.
·
Para indicar a elipse de um termo.
or Exemplo:
Daniel ficou alegre; eu, triste.
·
Para isolar elementos repetidos.
Exemplos:
A casa, a casa está destruída.
Estão todos cansados, cansados de
dar dó!
·
Para separar orações intercaladas.
Por Exemplo:
O importante, insistiam os pais,
era a segurança da escola.
·
Para separar orações coordenadas
assindéticas.
Por Exemplo:
O tempo não para no porto, não
apita na curva, não espera ninguém.
·
Para separar orações coordenadas
adversativas, conclusivas, explicativas e algumas orações alternativas.
Exemplos:
Esforçou-se muito, porém não
conseguiu o prêmio.
Vá devagar, que o caminho é
perigoso.
Estuda muito, pois será
recompensado.
As pessoas ora dançavam, ora
ouviam música.
Atenção
Embora a conjunção "e"
seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula antes de sua ocorrência:
1) Quando as orações coordenadas
tiverem sujeitos diferentes.
Por Exemplo:
O homem vendeu o carro, e a mulher
protestou.
Neste caso, "O homem" é
sujeito de "vendeu", e "A mulher" é sujeito de
"protestou".
2) Quando a conjunção
"e" vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto).
Por Exemplo:
E chora, e ri, e grita, e pula de
alegria.
3) Quando a conjunção
"e" assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade,
consequência, por exemplo)
Por Exemplo:
Coitada! Estudou muito, e ainda
assim não foi aprovada.
·
Para separar orações subordinadas
substantivas e adverbiais (quando estiverem antes da oração principal).
Por Exemplo:
Quem inventou a fofoca, todos
queriam descobrir.
Quando voltei, lembrei que
precisava estudar para a prova.
·
Para isolar as orações
subordinadas adjetivas explicativas.
Por Exemplo:
A incrível professora, que ainda
estava na faculdade, dominava todo o conteúdo.
A crase
A
palavra crase é de origem grega e significa "fusão",
"mistura". Na língua portuguesa, é o nome que se dá à
"junção" de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da
preposição "a" com o artigo feminino "a" (s), com o pronome
demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos pronomes
aquele (s), aquela (s), aquilo e com o "a" do relativo a qual (as
quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O uso
apropriado do acento grave, depende da compreensão da fusão das duas vogais. É
fundamental também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos
e nomes que exigem a preposição "a". Aprender a usar a crase,
portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma
preposição e um artigo ou pronome. Observe:
Vou
a a igreja.
Vou à
igreja.
No
exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo
verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo "a" que está
determinando o substantivo feminino igreja. Quando ocorre esse encontro das duas
vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Observe os
outros exemplos:
Conheço
a aluna.
Refiro-me
à aluna.
No
primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer algo ou alguém), logo
não exige preposição e a crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é
transitivo indireto (referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição
"a". Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja
feminino e admita o artigo feminino "a" ou um dos pronomes já
especificados.
Duas maneiras de verificar a existência de um
artigo feminino "a" (s) ou de um pronome demonstrativo "a"
(s) após uma preposição "a":
1-
Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se
surgir a forma ao, ocorrerá crase antes do termo feminino.
Veja os
exemplos:
Conheço
"a" aluna. / Conheço o aluno.
Refiro-me
ao aluno. / Refiro-me à aluna.
2-
Trocar o termo regente acompanhado da preposição a por outro acompanhado de uma
preposição diferente (para, em, de, por, sob, sobre). Se essas preposições não
se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem novas formas (na (s), da
(s), pela (s),...), não haverá crase.
Veja os
exemplos:
- Penso
na aluna.
-
Apaixonei-me pela aluna.
-
Começou a brigar. - Cansou de brigar.
- Insiste
em brigar.
- Foi
punido por brigar.
- Optou
por brigar.
Atenção:
lembre-se sempre de que não basta provar a existência da preposição
"a" ou do artigo "a", é preciso provar que existem os dois.
Emprego dos Porquês
POR QUE
A
forma por que é a sequência de uma preposição (por) e um pronome interrogativo
(que). Equivale a "por qual razão", "por qual motivo":
Exemplos:
Desejo
saber por que você voltou tão tarde para casa.
Por
que você comprou este casaco?
Há
casos em que por que representa a sequência preposição + pronome relativo,
equivalendo a "pelo qual" (ou alguma de suas flexões (pela qual,
pelos quais, pelas quais). Exemplos:
Estes
são os direitos por que estamos lutando.
O
túnel por que passamos existe há muitos anos.
POR QUÊ
Caso
surja no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto (final, de
interrogação, de exclamação) ou de reticências, a sequência deve ser grafada
por quê, pois, devido à posição na frase, o monossílabo "que" passa a
ser tônico. Exemplos:
Estudei
bastante ontem à noite. Sabe por quê?
Será
deselegante se você perguntar novamente por quê!
PORQUE
A
forma porque é uma conjunção, equivalendo a pois, já que, uma vez que, como.
Costuma ser utilizado em respostas, para explicação ou causa. Exemplos:
Vou
ao supermercado porque não temos mais frutas.
Você
veio até aqui porque não conseguiu telefonar?
PORQUÊ
A
forma porquê representa um substantivo. Significa "causa",
"razão", "motivo" e normalmente surge acompanhada de
palavra determinante (artigo, por exemplo). Exemplos:
Não
consigo entender o porquê de sua ausência.
Existem
muitos porquês para justificar esta atitude.
Você
não vai à festa? Diga-me ao menos um porquê.
Veja
abaixo o quadro-resumo:
Fonte:
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono26.php
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A LEITURA DE TODOS OS MATERIAIS É
ESSENCIAL!
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Referências
LEÓN, B. G.; et. al. Comunicação e expressão. Curitiba:
InterSaberes, 2013.
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